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O artista é um sociólogo inconsciente

Publicado originalmente em inglês no E-flux
Imagens extraídas da fonte

No Public Seminar, Dominique Suberville argumenta que “o papel do artista , neste momento da história, é explorar a condição social”. Usando o trabalho de Arthur Danto como ponto de partida, Suberville escreve que, enquanto os expressionistas abstratos pensavam em si mesmos como filósofos, os artistas contemporâneos mais importantes da atualidade hoje são sociólogos inconscientes:

“Enquanto a arte se casou com filosofia no passado, eu afirmo que a arte deve agora se casar oficialmente com a sociologia. Não como uma nova tendência, mas como um envolvimento de algo que já ocorreu no passado recente.

Nós já estamos nos referindo a isso como pós-modernismo ou arte contemporânea. Mas o que eu acho é que arte tornou-se uma narrativa para a própria condição social. O mundo da arte concorda por unanimidade que as convenções tornaram-se complexas e discutíveis, mas termos como ‘arte contemporânea’ não se referem à narrativa e sim ao ponto do que é do passado recente…”

Depois de fazer referência a um trabalho recente de Tino Sehgal , Marina Abramovic , Santiago Sierra, e Ai Wei Wei, Suberville continua:

“Estes artistas mundialmente renomados, entre milhares de outros, expressam uma narrativa similar em seu trabalho, que eu acredito que não é coincidência. Este padrão visível e recente expressa que o papel do artista neste momento da história é explorar a condição social. O artista leva os dilemas e as tensões do mundo social, acentuando-os, a fim de implicar o público e criar uma consciência sobre eles. Formas são irrelevantes quando se escolhe falar da condição social. Não quer dizer que a forma não seja importante. Um bom – eu uso ‘bom’ cautelosamente – artista escolhe a forma apropriada de acordo com a tarefa em mãos. Mas falar da condição social libera o artista para explorar as possibilidades entre sujeito e material. O mundo social é construído por situações que envolvem pessoas e objetos. Artistas agora são capazes de se apropriar de qualquer coisa que envolva a política da vida cotidiana e de se envolverem com os dilemas que giram em torno destas coisas. Eu atesto pela sociologia na arte (e vice-versa) porque o artista é um sociólogo inconsciente. O artista usa as convenções socialmente construídas de seu próprio mundo social e produz trabalhos que falam para tais convenções, tensões e dilemas que eles causam.”

Este conteúdo foi publicado originalmente por 2e1.