Quando reparei estava questionando imagens e buscando perceber em seus aspectos materiais a presença de algo irrepresentável. Tenho me interessado por experiências sensíveis em um contexto hipermidiático. Trabalho a linguagem pictórica, partindo da seleção de arquivos digitais que me tocam para criar possibilidades narrativas com temáticas universais. Combino registros pessoais, dados de navegação, presença e interações na web.
Almejo, neste meio volátil de possíveis e excessos, encontrar em características banais motivos para composições sublimes. Proporcionando, através da manipulação de uma superfície simbólica, identificação e reconhecimento – aqui e agora.
Sigo guiada pelas diferentes formas de se perceber como sujeito e pela potencialidade de interferência das mídias em desdobramentos afetivos. Um exercício constante de conhecer a si e o mundo mediado por interfaces. Até o momento a maioria dos meus trabalhos são apresentados em forma de objetos e propostas de ativação instalativa. Porém, venho pesquisado modos de veiculação online e inserção em rede através do uso de ferramentas de marketing digital.
Me move a naturalidade com que observamos aquilo que não podemos ver. Apostando que em grande parte, a voz que soa enquanto lê essas palavras, não é minha. Acredito que não estamos limitados a receber o sensível, porque também o produzimos.