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Uncool Artist

Lilian Walker – Territórios da experiência

Nas sombras, nos brancos, nas massas, no corpo: a paisagem não tem coordenadas fixas nos trabalhos de Lilian Walker. Não um olhar à distância, contemplativo, mas a paisagem como forma de apresentar a imagem do lugar de familiaridade com o espaço, de delimitar territórios da experiência.

Desloque(-se), 2016, transferência fotográfica, tecidos, áudio, 0,5x150x850 cm

Explorar lembranças ilusórias, ou até imaginárias, de lugares por ela visitados é um dos veículos do seu processo de criação. Seu interesse na paisagem está atrelado à implicação dos corpos que a experimentam: ora o corpo da artista, por meio das vivências pessoais no espaço, ora o corpo do outro, ao integrá-lo à obra. Valendo-se de linguagens e materiais diversos, o que surge do encontro entre experiência e imaginação no fazer artístico são lugares fictícios, geografias indefinidas, novas paisagens.

A relevância do contato pessoal com a paisagem dentro do seu processo criativo trouxe a percepção do próprio corpo como um território, destacando a pele como órgão que delimita e ao mesmo tempo estabelece contato com o mundo.

Crosta, 2016, óleo e impressão fotográfica sobre tela, 45×65 cm

A pesquisa mais recente da artista transfere a fonte de matéria para o corpo, enxergando-o como suporte para a criação de um novo lugar, com superfícies, relevos e horizontes próprios. O corpo é suporte para paisagem e a fotografia é suporte para pintura, até se entrelaçarem os volumes e texturas característicos de cada uma. Os novos horizontes criados expressam pertencimento, o corpo como elo de relação entre singularidade e identificação, indivíduo e entorno.

Imagem destacada: Madrid, 2016, série Palimpsesto, óleo e transferência fotográfica sobre tela, 23×31 cm

Este conteúdo foi publicado originalmente por 2e1.